quarta-feira, março 09, 2011

"A língua é minha pátria..."

Dia desses eu peguei meus bregueços e aportei em São Paulo...

Que delícia é ficar ababacada, abestada, abilolada ouvindo o som musicalmente matuto dos caba da peste da região. E nem fico acabrunhada nem nada, ao contrário, dizem até que eu sou amostrada só pelo fato de viver enaltecendo minha “tribo” do lado de cá. E não é pra ser? Dá pra não estufar o peito na hora de convidar os “tchês” para comer um baião-de-dois na bodega da esquina, por exemplo?

Dia desses eu peguei meus bregueços e aportei em São Paulo. E na gigantesca “capital do país”, ouvi um caboclo ressaltando o gosto da cabidela que a mãe dele preparava. O tom JÁ era de saudade. Ele acabara de chegar na lapa de cidade pra ganhar um cacauzinho extra como palestrante do ramo empresarial. Estávamos no metrô, numa das trilhões de estações que tem por lá... Bom, ao menos é um meio de transporte que não nos proporciona catabil. Logo em seguida, o nordestinopernambucanoempresáriopalestrante deu o créu e eu segui até a estação seguinte esturricada de sede. Meu sonho na ocasião era chupar dudu mas nem ousei em perguntar se havia por ali. A sede era muita, não teria paciência em explicar que eu desejava, na verdade, um picolé envolto em saco plástico. Fiquei empobada mas tudo bem, não ia arrumar um fusuê por isso.

Eu tinha motivos de sobra pra dar muitas gaitadas. Mesmo me dando a gota-serena por não ter por perto minha suculenta macaxeira, meu manguzá semanal, um saquinho de nego-bom, um ponche de cajá etc etc. 

Cruzei com uns e outros que sempre mangavam de minhas histórias sobre maruins que picavam minha perna, dos meus oxentes de admiração, dos exemplos de pessoas pirangueiras que eu dava, dos ralabucho que eu já freqüentei, da tara que eu tenho por gente zaroia, das ronchas que eu ganhava quando era criança, dos samboques tirados do joelho após as saudosas brincadeiras de pega. Vôte, que povo abiscoitado!


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